O dia a dia de bilhões de pessoas é afetado pela presença da cafeína em suas dietas. Essa molécula é o melhor caminho que muitos encontram para despertar e espantar a sensação de cansaço, sendo consumida após acordar, no fim do almoço ou para quem precisa trabalhar durante à noite.
Ela é encontrada principalmente no café, mas também está presente em outros consumíveis, como nos energéticos Monster e até mesmo no chocolate. Muitas pessoas acreditam que a cafeína só afeta o corpo dando essa sensação de energia. Contudo, seus efeitos (assim como os benefícios do seu consumo) vão além disso.
O que é a cafeína?
Para compreender os efeitos da cafeína no organismo, primeiro é importante saber o que ela é. Trata-se de uma molécula alcaloide, feita por anéis de nitrogênio, caracterizada por um gosto bem amargo, apesar de não ter nenhum cheiro. Na natureza, algumas plantas possuem a substância como parte de um mecanismo natural de defesa contra pragas e predadores.
Como o nome sugere, ela está presente na planta do café, mas também pode ser encontrada em outras bebidas e produtos, como erva mate, chá preto e no chocolate. Ela também está presente na composição dos energéticos e até em alguns remédios analgésicos.
Quais são os efeitos da cafeína no corpo?
Ao ingerir algo que contém cafeína, o processamento das moléculas já começa na boca. Ela é metabolizada pelo fígado, que a quebra em teobromina, paraxantina e teofilina. Os efeitos no corpo vão depender das características de cada indivíduo, já que há pessoas com metabolismo mais lento, por exemplo, o que torna os efeitos mais duradouros.
Em média, após 45 minutos de ser absorvida, a cafeína já foi processada e circula pela corrente sanguínea, desencadeando uma série de reações. Um de seus efeitos é no cérebro, com a cafeína ocupando o lugar da adenosina, um neurotransmissor importante que indica ao órgão que o corpo está cansado e precisa dormir. Assim, ao tomar o seu lugar, cria-se uma ilusão: o corpo continua cansado, mas para de sentir esses sintomas. A adenosina passa a circular pelo corpo e libera adrenalina, o que espanta ainda mais a sensação de sono.
Ainda no cérebro, a cafeína também interfere na regulagem de dopamina. Esse neurotransmissor é responsável pelo bem-estar e, portanto, a presença da cafeína faz com que sua produção seja mais abundante, o que deixa a pessoa mais feliz e bem-humorada.
Um fato que muitas pessoas não conhecem é a relação da cafeína com a amenização de problemas respiratórios. A molécula atua nos pulmões, dilatando brônquios, o que melhora a passagem de ar. Já a teobromina, um subproduto, faz com que haja um aumento na quantidade de oxigênio e nutrientes utilizados pelo cérebro e demais órgãos.
A presença da molécula no corpo ajuda a relaxar os músculos lisos, que incluem o útero, bexiga e intestinos, ajudando a regular o seu ritmo. A princípio, a cafeína faz com que os batimentos cardíacos e a pressão aumentem, mas quando a teofilina é metabolizada, causa o relaxamento das artérias, facilitando a circulação de sangue.
A ingestão de cafeína traz benefícios para o organismo?
Ainda existem muitos estudos para descobrir todos os efeitos da cafeína no corpo. Hoje, os cientistas sabem que o consumo dessa substância é benéfico para a saúde de diferentes formas. Por exemplo, ela reduz as inflamações e bloqueia a percepção de dor no corpo. Ela também ajuda no aumento da resistência, pois influencia a forma que os músculos usam o glicogênio, fazendo com que eles funcionem melhor por mais tempo.
Além dos citados estados de alerta e motivação, a cafeína ainda desempenha uma função de prevenção. Apesar da necessidade de mais estudos, acredita-se que o seu consumo ajuda a retardar e até mesmo prevenir o surgimento de doenças como Parkinson e Alzheimer.
E efeitos negativos, existem?
Apesar dos benefícios, os estudos mostraram que o consumo em excesso ou por uso prolongado de bebidas como o café também pode causar efeitos negativos na pessoa. Um dos que as pessoas mais reclamam é a sensação de azia e queimação. No entanto, isso não é culpa da cafeína: é da própria qualidade da bebida, que envolve outras impurezas além dos grãos.
Já os efeitos que podem ser associados à cafeína incluem insônia (fato pelo qual se recomenda não ingerir bebidas com cafeína próximo ao horário de dormir), nervosismo e tremor nas mãos. Em excesso no organismo, a molécula ainda causa aumento da pressão arterial e do sentimento de ansiedade, além de vício moderado e até mesmo dor de cabeça pela ausência dela.